China recua e confirma que vai iniciar negociações comerciais com os EUA e Bitcoin dispara

Após meses de tensões crescentes e tarifas recordes entre as duas maiores economias do mundo, a China confirmou oficialmente que retomará negociações comerciais com os Estados Unidos. O anúncio, feito pelo Ministério das Relações Exteriores chinês, sinaliza uma tentativa concreta de ambos os países de aliviar a guerra tarifária que teve início no começo de 2025 e vem impactando negativamente os mercados globais e o comércio internacional.

Resumo rápido (TL;DR)

O cenário atual da guerra comercial

A escalada nas tensões comerciais entre China e Estados Unidos atingiu seu ápice no início de 2025, quando o presidente Donald Trump impôs tarifas de 145% sobre uma ampla gama de importações chinesas, em uma tentativa de conter o déficit comercial e proteger a indústria norte-americana. Em resposta, Pequim retaliou com tarifas de 125% sobre produtos americanos estratégicos, incluindo semicondutores, maquinário e produtos agrícolas.

Essas medidas resultaram em aumento de preços para consumidores e empresas dos dois países, além de afetarem cadeias globais de suprimento e provocarem instabilidade nas bolsas. Economistas alertaram sobre o risco de uma recessão sincronizada caso a disputa se prolongasse sem diálogo.

Reunião em Genebra: o que está em jogo?

O vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng participará de reuniões entre os dias 9 e 12 de maio com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante comercial Jamieson Greer. O encontro será realizado em Genebra, com apoio logístico da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Segundo o comunicado chinês, o país está disposto a dialogar “com espírito de cooperação”, mas exige reciprocidade e a retirada de medidas unilaterais impostas por Washington. Pequim também destacou que defenderá setores estratégicos de sua economia e que qualquer avanço dependerá de um ambiente de respeito mútuo.

“Estamos prontos para conversar, mas as negociações devem ser conduzidas com base na igualdade e no respeito às nossas prioridades nacionais.” — Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China

Mercado reage com otimismo

A reação dos mercados financeiros globais foi imediata. O índice S&P 500 abriu em alta no dia do anúncio e as principais bolsas asiáticas também subiram, refletindo o alívio nas tensões comerciais. No mercado de criptomoedas, o Bitcoin valorizou-se mais de 5%, ultrapassando a marca de US$ 97.000.

A valorização foi motivada pela redução da aversão ao risco entre os investidores e pela expectativa de que uma possível reaproximação entre China e Estados Unidos possa favorecer ativos alternativos como o Bitcoin, tradicionalmente visto como proteção em cenários de instabilidade monetária ou política.

Indicador Valor antes do anúncio Valor após o anúncio Variação
Índice S&P 500 4.826 pts 4.912 pts +1,8%
Bitcoin (BTC) US$ 92.300 US$ 97.100 +5,2%
Bolsas asiáticas Índice MSCI Ásia - 589 Índice MSCI Ásia - 606 +2,9%

Desafios e temas sensíveis nas negociações

Apesar do avanço diplomático, os temas centrais que travaram o entendimento anterior continuam sem solução. Os Estados Unidos exigem mudanças estruturais por parte da China em áreas como:

A China, por sua vez, está preocupada em manter o controle sobre setores considerados estratégicos, como energia, tecnologia de ponta e defesa, além de garantir a estabilidade social por meio de políticas industriais planejadas.

Oportunidades para o mercado cripto

A retomada das negociações pode beneficiar diretamente o mercado de criptoativos, especialmente o Bitcoin e o Ethereum, que se valorizam em ambientes onde há incerteza quanto às políticas tradicionais. A expectativa de estabilidade comercial pode estimular o fluxo de capital para ativos digitais, tanto como investimento especulativo quanto como proteção contra riscos geopolíticos e cambiais.

Além disso, a possível reabertura de canais de cooperação entre China e EUA também pode influenciar positivamente a regulamentação de criptoativos, impulsionando o volume global de transações e fortalecendo as plataformas descentralizadas.

A confirmação da retomada das negociações comerciais entre China e Estados Unidos representa um importante passo diplomático, ainda que inicial, para reduzir as tensões de uma guerra tarifária que já causou prejuízos bilionários e aumentou os riscos para a economia global.

Os efeitos da reaproximação já são sentidos nos mercados, com alta generalizada em bolsas, melhora no sentimento de risco e valorização de criptomoedas. Ainda há desafios significativos a serem enfrentados, mas o simples fato de ambas as partes estarem dispostas a dialogar é um sinal encorajador para investidores e analistas.

As reuniões em Genebra serão fundamentais para definir o rumo das relações comerciais sino-americanas e podem desencadear novos ciclos de volatilidade — ou de recuperação — no mercado. Para o investidor atento ao ecossistema de criptomoedas, esse é um momento crucial de observação e reavaliação estratégica.